Assunto é alvo de grande preocupação em quase todas as cidades do país. Algumas lançaram iniciativas de prevenção à prática.
No mês de março, os assuntos relacionados às mulheres têm preenchido a agenda dos estados, todos os anos. Na última quinta-feira, 8/3, Dia Internacional da Mulher, várias iniciativas foram divulgadas na imprensa. Uma delas, a da Prefeitura de Guarulhos, Grande São Paulo, lançou uma nova função no aplicativo de ônibus já usado pelos passageiros para ajudar mulheres que sofrem de assédio sexual dentro do transporte público
O assunto, velho conhecido das mulheres que dependem do transporte público no país, ganhou vulto maior no ano passado, com a libertação de um agressor um dia depois de ejacular em uma passageira dentro de um ônibus na Avenida Paulista. O juiz do caso afirmou na sentença que não viu possibilidade de enquadrar o caso como estrupo por não ter havido “constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça” no caso. O agressor, no entanto, já havia sido indiciado por estupro e possui histórico de sucessivos crimes sexuais.
Em São Paulo, a maior metrópole do país, uma em cada quatro mulheres já foi vítima de assédio sexual no transporte coletivo. O problema de assédio se repete em todos os estados do país (confira a matéria completa aqui). No Rio Grande do Norte, por exemplo, uma pesquisa recente confirma que 60% das mulheres já sofreram assédio sexual no transporte público (confira mais aqui). Aqui no DF, o registro de casos teve um crescimento de 40% em 2017. Em 2016, foram feitas 186 ocorrências de assédio sexual enquanto que no ano passado foram registrados 301 casos.
A Secretaria de Mobilidade (Semob) também anunciou uma campanha contra a violência de gênero e abuso nos transportes públicos, no Dia Internacional da Mulher. Segundo o responsável pela pasta, Fábio Ney Damasceno, cerca de 3 mil motoristas e cobradores de ônibus passarão por um curso de capacitação com o objetivo de auxiliar mulheres vítimas de abuso dentro dos coletivos. “São 1,2 milhão de viagens, 600 mil pessoas, sendo mais de 300 mil mulheres. Ou seja, é preciso cuidado e preparo”, afirmou o secretário.
A ação será feita em conjunto com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, que vai expandir a campanha nos ônibus pelo país. O curso para os trabalhadores ainda está em fase de preparo e deve começar em junho deste ano. “É uma campanha de prevenção, principalmente, mas haverá possibilidade de denúncia também. O transporte público precisa ser visto como um espaço democrático e de respeito”, explicou o presidente executivo, Otávio Cunha. (Com auxílio de Informações do Correio Braziliense)
Foto: Dênio Simões/Agência Brasília